Movimento envolve servidores do Judiciário da União, inclusive analistas; funcionários do Banco Central ameaçam paralisação por tempo indeterminado a partir de fevereiro 

Anajus Notícias
12/01/2022

Já há 19 categorias de servidores públicos mobilizadas para promover neste mês paralisações em reação à decisão do governo de privilegiar reajuste salarial apenas aos profissionais da segurança pública, com a reserva de R$ 1,7 bilhão no Orçamento de 2022.  A revolta inclui servidores do Poder Judiciário  da União, inclusive os analistas, além de diversas categorias que prometem cruzar os braços nos próximos dias 18, 25 e 26 de janeiro.

Na próxima terça-feira (18), estão previstos dois protestos em Brasília, às 10h em frente ao Banco Central e às 14 em frente ao Ministério da Economia, e nas capitais estaduais. A reivindicação é  por uma reposição salarial linear de 27%. Devem participar mil servidores, segundo o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), que teve a iniciativa das manifestações em favor do reajuste salarial de todo o funcionalismo da União. O Fórum é composto por 37 entidades afiliadas e representa mais de 200 mil servidores públicos.

Segundo a Fonacate, o contingente de manifestantes não será maior por causa do trabalho remoto e da pandemia. Caso a demanda por reajuste não seja atendida, a entidade debaterá na primeira metade de fevereiro a realização de uma “greve geral” na segunda quinzena do próximo mês.  Funcionários do Banco Central já articulam a deflagração de greve por tempo indeterminado a partir de fevereiro por falta de resposta após encontro virtual sobre a questão salarial realizado nessa terça-feira (11), com o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

O presidente do Sindicato dos Funcionários do BC (Sinal), Fábio Faiad, afirmou  que o encontro foi amistoso e propositivo, mas frustrante sem qualquer proposta de reajuste. “Qual é a proposta concreta do governo para os servidores do Banco Central? Ela não existe. A paralisação dos servidores está mantida para 18 de janeiro”, disse.

Negocia Já

“O momento de protestar é agora!”, escreveu em sua conta no Twitter o presidente do Fonacate, Rudinei Marques. Em vídeo, com o slogan “Negocia Já”, ele convoca todos os servidores para o primeiro protesto deste ano – o Dia Nacional de Paralisação pela recomposição salarial, na próxima terça (18) em Brasília: às 10h em frente ao Banco Central e às 14h no Ministério da Economia (Bloco P).

“A maior parte dos servidores públicos federais está com salários congelados desde janeiro de 2017. A inflação já comeu 27% do poder aquisitivo dos salários. Una-se a nós. O momento é de pressão total para que nós tenhamos a recomposição do poder aquisitivo dos salários”, conclamou.

Veja o vídeo do presidente da Fonacate:
https://twitter.com/i/status/1481367444241489928

Segundo a entidade, participam da mobilização as seguintes categorias:

  1. Servidores do Poder Judiciário;
  2. Servidores do Legislativo Federal e TCU;
  3. Servidores Federais representados pela Condsef;
  4. Analistas de Comércio Exterior;
  5. Servidores do Itamaraty;
  6. Servidores do IPEA;
  7. Defensores Públicos Federais;
  8. Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental;
  9. Auditores Fiscais Federais Agropecuários;
  10. Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil;
  11. Auditores e Técnicos da CGU;
  12. Auditores e Técnicos da STN;
  13. Oficiais de Inteligência;
  14. Servidores das Agências Nacionais de Regulação;
  15. Auditores Fiscais do Trabalho;
  16. Funcionários do Banco Central;
  17. Servidores da CVM;
  18. Peritos Federais Agrários;
  19. Servidores da Susep.